quinta-feira, 25 de junho de 2009

Já que falamos do homem...

Antônio Carlos Peixoto de Magalhães, sempre afinado com o poder, construiu o alicerce de seu império servindo à ditadura militar, quando foi governador do estado da Bahia pela primeira vez. Como ministro das telecomunicações, durante o governo Sarney, ajudou a fortalecer o sistema Global de televisão. As concessões de rádio e TV eram estrategicamente distribuídas a quem fosse de seu grupo. Obviamente os Marinho retribuíram-lhe com imensa gratidão todo o esforço desprendido, poupando-o de toda a sorte notícias que pudesem prejudicá-lo. Renunciou ao mandato de senador após um escândalo que o envolvia diretamente na violação do sigilo do painel do Senado. Na ocasião, teve acesso a uma lista com os nomes dos senadores que participaram da sessão que cassou o mandato de Luiz Estevão. O coronelismo foi exercido com maestria pelo político conhecido por sua forma violenta de afirmar o poder, ficando conhecido entre os colegas parlamentares como "Toninho Malvadeza". Vítima de uma infecção generalizada que resultou em sua morte, deixou um legado de miséria e atraso que qualquer turista com olhos mais abertos pode perceber.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sarney é acusado de ter recebido auxílio-moradia indevidamente

José Sarney, a velha raposa do Maranhão. Aquele que assumiu a Presidência de forma ilegítima. Pois é, ele mesmo, aquele que fez milhões de brasileiros enfrentarem fila para comprar feijão, entre outros. O sujeito da hiperinflação, da moratória, da distribuição de concessões de rádio e TV, através de seu ministro das comunicações, Antônio Carlos Magalhães. Ah, este último? "Dono da Bahia", renunciou para não ser cassado no escândalo da fraude no painel eletrônico do Senado.

Frases de Sarney sobre ACM : "ACM foi construtor da Bahia moderna" "Ele vai fazer uma grande falta ao Congresso Nacional porque ele era uma voz permanente, de referência"

Certa vez, ouvindo um renomado jornalista, fui surpreendido: "Notícia é inusitado, o incomum". Não sei se a definição é correta do ponto de vista acadêmico. Caso seja equivocada, os jornalistas de plantão podem contribuir. Entretanto, tomando como base essa definição, é difícil compreender por que o recebimento indevido de auxílio-moradia por Sarney é notícia.

Eu não esqueço a história do Sarney. E você?

"Muito Além do Cidadão Kane" e a edição

O assunto me interessa por vários aspectos. O primeiro deles é o poder dos meios de comunicação no processo de formação política do país. Em segundo lugar, a maneira como essa força descomunal define o que pode, ou não, ser lembrado. Os outros, só em um longo bate-papo. O objeto do nosso exercício de memória é o fabuloso documentário de Simon Hartog, produzido em 1993, que fala sobre o papel da Rede Globo nos rumos do Brasil. A parte mais interessante está na abordagem sobre a edição do debate entre os candidatos à Presidência da República, naquela época: Lula e Collor. Vale dizer que a produção da BBC não foi amplamente divulgada por motivos óbvios. O documentário é preciso e faz um raio x de toda a programação global, relacionando os programas aos seus objetivos.
Muita coisa aconteceu de 1989 até 2009, mas a influência da emissora continua muito grande, determinando quando, como e o que deve ser lembrado.

Eu não esqueço a edição do debate. E você?