Henry Louis Gates Jr., após viagem, chegava a sua casa. Encontrando a porta travada, tentou forçá-la para abrir. Uma vizinha, pensando tratar-se de uma tentativa de arrombamento, chamou a polícia. O sargento James Crowley, sem saber de absolutamente nada, abordou o professor de Harward, que retrucou a abordagem. Enfim, uma sucessão de equívocos, combinada com uma boa dose de falta de sorte, levou a uma polêmica racial. Uma daquelas que a imprensa simplesmente adora. O presidente Barack Obama, por ser amigo do professor, fez um comentário infeliz (pois não sabia de fato o que acontecera no evento), chamando a atitude do policial de "estúpida". Digo infeliz, pois não há como afirmarmos se houve excesso e quem o cometera. Bom, vocês devem estar se perguntando o que um assunto tão recente tem a ver com o tema do blog. É simples: a solução encontrada por Obama para resolver de forma definitiva o incidente foi similar ao trabalho das Comissões da Verdade e Reconciliação, instituídas na África do Sul, logo após o fim do apartheid, com o intuito de não deixar que o clima de revanchismo pudesse levar os sul-africanos a mais sofrimento e dor, desestabilizando o tão recente panorama democrático. As CVRs tinham o objetivo de reconciliar vítimas e agressores, dando oportunidade de diálogo em detrimento ao ódio e rancor. Assim foi resolvido um problema que, sem uma "cerveja", poderia ter prejudicado os novos ares democráticos americanos.
Eu não esqueço as Comissões de Verdade e Reconciliação. E você?
Para saber mais sobre as CVRs clique em aqui.
Bebendo na fonte ou não, acredito na disposição do Obama de evitar revanchismo ou qualquer outra forma de intolerância. Ponto pra ele e pros novos ares democráticos dos EUA.
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